laserterapia

Por Amanda de Souza
 A era do laser é uma realidade, que ele virou o melhor amigo do cirurgião dentista não há dúvidas. Ele vem chegando no mercado como uma maneira menos invasiva e de uso multifuncional, se aliando no dia a dia clínico, indo desde procedimentos como frenectomias, sem a necessidade de suturas e cauterização imediata, até a diminuição no edema e dor durante e pós-intervenções odontológicas, e tudo isso graças ao laser de alta e baixa potência. Cavalcanti et al. (4) demonstraram em um estudo os diversos efeitos benéficos, como a ativação da microcirculação, proporcionando crescimento e regeneração celular, produção de capilares novos, efeito anti-inflamatório e analgésico. A palavra “laser” corresponde à sigla para a expressão em inglês “light amplification by stimulated emission of radiation”, que significa “amplificação da luz por emissão estimulada de radiação” e essa amplificação da luz sofre diferenças dependendo do tipo de laser que o profissional venha a escolher.

LASER DE ALTA POTÊNCIA CIRÚRGICO

Também conhecido como power laser, esse tipo de laser tem uma ação de luz extremamente forte e ao contrário do que muitos pensam, não faz corte dos tecidos, mas sim uma evaporação deles. Graças a evaporação do tecido já é tido de imediato a cauterização dos capilares e assim uma redução no sangramento durante a cirurgia. O alto nível de calor também traz a vantagem de esterilização do tecido, tornando a área sempre desinfectada. Uma desvantagem do laser cirúrgico é que a luz segue a cromaticidade e em tecidos mais claros precisamos de uma potência maior e o uso de um lápis para corar a área que será feito o retalho. Após a realização de cirurgias como gengivoplastia, não existe a necessidade de colocação do cemento cirúrgico, porém muitos autores ainda priorizam o uso do mesmo com o fim de manter uma margem de segurança para a estética da região.

LASER DE BAIXA POTÊNCIA – VERMELHO E INFRAVERMELHO

O laser de baixa potência gera uma fotobiomodulação dos tecidos biológicos, a luz que sai da sua ponteira gera uma modulação do tecido biológico, potencializando a reparação devido ao estímulo de ATP no local. Essa fotobiomodulação acontece graças ao comprimento de onda, a luz se propaga por uma onda eletromagnética, com um comprimento de 660 nanômetros para a luz vermelha e 780 nanômetros para a luz infravermelha, permitindo assim um alcance maior para tecidos mais profundos. Como citado, o LBP tem grande efeito no controle da dor, por isso ele tem sido fonte de estudos em tratamento de nevralgias, TANGANELI, J. P. C et al (2) relatou um estudo de caso clinico de um paciente portador de neuralgia trigeminal idiopática que fazia tratamento com oxcarbazepina (600mg), mesmo com o uso do fármaco o paciente ainda relatava sentir diversas dores, foi então proposto adicionar ao tratamento o laser infravermelho de baixa potência para controle da dor, após a conclusão do protocolo proposto o paciente relatou uma melhora significativa da dor.

USO NA IMPLANTODONTIA

Além das propriedades citadas ele também é de grande auxílio no dia a dia do implantodontista, já que quando aplicado o laser na região óssea obtemos uma melhora na qualidade do osso e assim uma chance de osseointegração do implante melhor, por tanto, muitos profissionais quando em cirurgia não atingem o travamento desejado do implante optam pelo uso do laser. Deixando claro que ele não funciona como uma alternativa que elimina a chance da perda do implante, mas sim como um adendo, aumentando o índice de sucesso daquele procedimento.

APLICAÇÕES

Temos duas alternativas em seu modo de aplicação: varredura ou pontual, devendo dar preferência pela aplicação pontual, visto que em seres humanos a opção da varredura não é tão eficiente. Já quando utilizado o modo pontual, devemos fazer uma medição previa com a sonda milimetrada para descobrir o tamanho da ferida, se existente, e feita a aplicação por centímetro quadrado.

A BAIXA POTÊNCIA NA ORTODONTIA

Na especialidade ortodôntica o laser também tem se tornado a grande estrela do momento, principalmente em casos de expansão rápida de maxila com o intuito de aliviar a dor, acelerar a regeneração óssea e potencialização da movimentação dentária. Porém, deve-se levar em consideração um estudo feito por CEPERA et al., 2012, onde demonstrava que o uso do laser em pacientes de idade mais avançada pode gerar efeitos indesejados, em vez de acelerar o processo dos osteoblastos que tem a função de formar osso, pode acabar acelerando o papel dos osteoclastos que tem a missão de destruição óssea, e assim reduzindo o movimento ortodôntico esperado.

CONCLUSÃO

Esta foi uma breve introdução sobre a utilização dos lasers de alta e baixa potência, ainda é um artefato em estudo, porém é uma modalidade de tratamento promissora na odontologia, devido a suas aplicações intra e extraorais, que quando bem empregadas seus efeitos melhoram a qualidade de vida dos pacientes em todas as especialidades odontológicas. Vale lembrar necessário um conhecimento aprofundado sobre o laser para fazer a correta manipulação e atingir o tecido alvo, seja mole ou duro, pois seus efeitos estão ligados a sua capacidade de absorção pelo tecido. Sendo assim, podemos concluir que com o manuseio assertivo o laser merece estar na rotina clínica do profissional

ReferÊncias

1. CAVALCANTI, T. M. et al. Conhecimento das propriedades físicas e da interação do laser com os tecidos biológicos na odontologia. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 86, n. 5, p. 955-960, Oct. 2011.
2. CEPERA, F. et al. Effect of a low-level laser on bone regeneration after rapid maxillary expansion.American Journal Of Orthodontics And Dentofacial Orthopedics, v. 141, n. 4, p. 444-450, abr. 2012. Elsevier
3. TANGANELI, J. P. C; HADDAD, D. S; BUSSADORI, S. K. Fotobiomodulação como adjuvante no tratamento farmacológico da neuralgia trigeminal. Relato de caso. BrJP , São Paulo, v. 3, n. 3, pág. 285-287, Setembro de 2020

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